O primeiro poema publicado no Cravo de Abril


AMIGO

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já, uma grande festa!

Alexandre O'Neill

4 comentários:

  1. Bela memória, Maria!
    A dizer-me que, já que passei a "autor convidado" e não tendo o alforge de poesia que tinha o Zé, nem as ferramentas necessárias para dissertar sobre teoria política... é muito provável que, por aqui, me vá ficando pelas canções... deste... daquele... as minhas...
    Quem sabe?!... :-)

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  2. Apenas deixar aqui a enorme satisfação em ver o "Cravo de Abril" de novo activo no seu papel de esclarecimento e comentário político que tanto aprecio.

    Que seja por muito tempo!

    Um abraço de boas vindas para todas/os.

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  3. Samuel
    Sabes que eu acho que é uma excelente ideia?
    E a música sempre fez, e fará, parte da nossa luta!
    :)

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  4. Amigos... a amizade... é a entrega em troca de nada, dispensa condições, não as suporta aliás. É isto que sinto! Bem lembrado mesmo Maria :)

    Samuel, sabes, estás mesmo à vontade, para não dizer à vontadinha!

    João Henrique, também nós estamos satisfeitos! Vamos a isso.

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