POEMA

REBENTO


Do chão tão injustamente
abandonado, um rebento
de repente rompe, verde e tenro.

Brotou talvez de uma semente, por acaso
trazida na sola de um sapato
de algum trabalhador que por ali passou.

E assim verde e tenro, de repente,
do chão rompido, contra a injustiça
do abandono, este rebento isolado
é uma acusação e uma promessa.


Armindo Rodrigues

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