POEMA

CANÇÃO BURGUESA


Consolo e delícia
da vida burguesa...

Sete horas em ponto
o jantar na mesa;
café bem quentinho,
conversa tranquila,
e um lençol de linho
esperando o seu dono
para um belo sono...
(Que bom não ter sonhos,
dormir sossegado!)
Já estou acordado,
já salto da cama,
- Maria, Maria,
traga os meus chinelos,
traga o meu pijama...
A alma lavada,
o corpo limpinho,
- Bom dia, vizinha!
- Bom dia, vizinho!

Consolo e delícia
da vida burguesa...
Se isto continua,
morro, com certeza!


Raul de Carvalho

4 comentários:

  1. Mais uma vez a ironia e a lucidez num poema delicioso!

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  2. Continua... e para já, com tendência a piorar.

    Abraço.

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  3. Belo retrato da burguesia endinheirada. Sem objectivos que não sejam a manutenção do seu conforto.

    Um beijo.

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