POEMA

JOEIRA!


Até quando te calarás, povo?
Até quando te quedarás irresoluto?
Até quando te verei receoso?
Até quando serás ingénuo?
Até quando escutarás
os pregadores
que exploram
a tua inefável candura?

Mestres e guias infalíveis...?
Há-os de voz potente
e de botas ferradas;
há-os mais suaves,
até angélicos
e muito sábios...
Há os que usam, com palavras demasiado escolhidas,
a tua língua.
Joeira, povo,
com uma peneira finíssima
e esfrega a pele
nos cardos que te rodeiam
até que a dor se torne insuportável,
até sentires a dor soar
como um clarim de combate.


Félix Cucurull

7 comentários:

  1. Alguns até são detentores de Nobel da paz...

    Abraço.

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  2. Até quando Povo Português aguentarás a opressão?

    Um beijo.

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  3. Até quando? (Mais um poeta que tu me estás a apresentar:)))) )

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  4. Este poema (e este poeta) é fantástico.
    Já o conhecia daqui.

    Um beijo grande.

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  5. Forte e instigador. Gostei do propósito do blog.

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  6. Tão actual e apropriado apelo, este poema. Um dia destes vou levá-lo para o meu cantinho.:)
    Um beijo,

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