POEMA

DA PRISÃO DE ISTAMBUL


Em Istambul, no pátio da prisão,
depois da chuva, num dia soalheiro de Inverno,
ao mesmo tempo que
as nuvens
as telhas vermelhas
os muros
e o meu rosto
tremelicam nas poças do chão,
assumindo
toda a coragem
toda a cobardia
toda a força
toda a fraqueza
que há em mim,
penso no universo,
no meu país,
em ti.


Nâzim Hikmet
(Prisão de Istambul, Fevereiro de 1939)

5 comentários:

  1. Na clausura, a sua mente vagueia na Liberdade.

    Um Abraço.

    ResponderEliminar
  2. As coisas que se podem ver num espelho... mesmo que ele não passe de uma poça de água no chão...

    Abraço.

    ResponderEliminar
  3. Nelson Ricardo: a prisão é um espaço de luta.
    Um abraço.

    samuel: está lá tudo o que é essencial...
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  4. Só os Heróis como Nâzim Hikmet, têm pensamentos de tal dimensão quando enclausurados numa prisão.

    Um abraço bem comovido.

    ResponderEliminar
  5. Graciete Rietsch: quando a coragem e os ideais se sobrepõem a tudo...
    Um beijo.

    ResponderEliminar