COMBOIO
XXI
(O Eugénio de Andrade espera-me num Café. Atravesso as ruas do Porto - a cidade onde nasci - com os punhos cerrados de dor.)
Não nasci por acaso nestas pedras
mas para aprender dureza,
lume excedido,
coragem de mãos lúcidas.
Aqui no avesso da construção dos tempos
a palavra liberdade
é menos secreta.
Anda nos olhos da rua,
pega lanças aos gestos,
tira punhais das lágrimas,
conclui as manhãs.
E principalmente
não cheira a museu azedo
ou a musgo embalado
pela chuva na boca dos mortos.
Começa nos cabelos das crianças
para me sentir mais nascido nestas pedras.
Porto
- cidade de luz de granito.
Tristeza de luz viril
com punhos de grito.
José Gomes Ferreira
Tal como o poeta, também eu gosto muito do Porto... e da sua luz de granito...
ResponderEliminarAbraço.
Punhos de luz e de granito que nós queremos qe continuem a bater-se pela liberdade. E continuarão!!!!
ResponderEliminarAdmirável José Gomes Ferreiea.
Abraços.
samuel: eu também gosto da cidade.
ResponderEliminarUm abraço.
Graciete Rietsch: sempre!
Um beijo.
Tão belo, este poema do Zé Gomes.
ResponderEliminarUm beijo grande.