POEMA

O MAR

A voz branca que está no mato
perde-se na imensidão do mar.
Lá vai!
O sol bem alto
é uma atrapalhação de cor
- Abacaxi sàfu nona
carregozinho do barco...

Um tubarão passando
é um risco de frescura.
Lá vai!

O barco deslizando
só com a vontade livre e certa do negro
lá vai!...


Francisco José Tenreiro

(«Ilha de Nome Santo»)

5 comentários:

  1. Em todos os poemas de Tenreiro, pode entrever-se nos versos a certeza da verdade operária na exploração do mundo capitalista.

    Um Abraço.

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  2. Quem plantou e colheu os frutos?
    Quem carregou o barco?
    Para onde vai o barco?
    Quem recebe os lucros?

    Outro maravilhoso poema!

    Um beijo.

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  3. Muito bonito de grande reflexão.

    Bjs,

    GR

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  4. Todos temos que usar os nossos remos... e a vontade livre e certa.

    Abraço.

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  5. Também o nosso barco irá. Mais tarde ou mais cedo...

    Um beijo grande.

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