OS AMIGOS COERENTES
Minha geração
tem os gestos rudes
do semeador
e as mãos calejadas
de quem dá aos sonhos
contornos precisos
dos dois pés na terra,
da quilha que singra,
do arado que rasga,
do rasgo que cria.
Fomos perseguidos
porque a nossa falta
era a lucidez
e a coragem de
apontar os crimes
sem lhes dar perdão,
porque perdoar
é ser conivente
e essa conivência
é igual ao crime.
Sidónio Muralha
(«Poemas de Abril» - 1974)
Purinho como água cristalina.
ResponderEliminarAbraço
Belo e verdadeiro!
ResponderEliminarExactamente como eu penso. Há crimes imperdoáveis e "a conivência é igual ao crime".
ResponderEliminarTantos exemplos temos na nossa História mesmo recente!
Um beijo
A perseguição nunca acabou.
ResponderEliminarOs crimes a denunciar, continuam.
Abraço.
Exactamente!
ResponderEliminarBelo e lúcido este poema.
Um beijo grande
A coerência é dos valores mais admiráveis que nos assiste, e que mais dignifica a nossa causa.
ResponderEliminarbeijo
Poesia sempre actual!
ResponderEliminarBjs,
GR