POEMA

RETRATO DE ALVES REDOL


Porém se por alguém não foi ninguém
cantou e disse flor canção amigo
a si o deve. A si e mais a quem
floriu cresceu cantou lutou consigo.

Homem que vive só não vive bem
morto que morre só é negativo
morrer é separar-se de ninguém
e contudo com todos ficar vivo.

Nado-vivo da morte. É isso. É isso.
Uma espécie de forno de bigorna
de corpo imorredoiro que transforma
em fusão o metal do compromisso:
Forjar o conteúdo pela forma:
marrar até morrer. E dar por isso.


José Carlos Ary dos Santos

5 comentários:

  1. .."marrar até morrer. E dar por isso."

    No dia de Alves Redol, em tempo de Ary... sempre!

    Um beijo grande

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  2. ...que dizer, deste vate que descreve assim este escritor, senão do meu orgulho e previlégio de ser camarada de ambos!
    Abraço.
    Ainda vou tentar arranjar bilhetes para sexta-feira!
    Abraço

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  3. Foi o que ele fez. E pôs os outros a darem por isso também!

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  4. Caros amigos:
    A poesia é para nós a
    realidade da vida, que ao tempo, dos poucos, nos transformamos em muitos.

    Deste camarada.

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  5. Maria; poesianopopular; Justine; Melo: dia 4, no Coliseu, homenagem ao Poeta da Revolução, espectáculo com Carlos do Carmo.

    Beijos e abraços.

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