POEMA

RATICIDA


Os ratos são covardes.
Os ratos mordem, pela calada,
correm,
saltam,
fogem,
mijam
- Têm medo da Madrugada.

Os ratos têm ratas
que não parem
- «Dão à luz»
Mas vivem na escuridão...

E também têm filhos,
coitados dos filhos!
- Têm de ser ratos à força.

Há ratos felpudos, carnudos,
de conselhos de administração...
Há ratos amarelos, pés-de-lã,
de corredores de prisões...

Há ratos sanguíneos, róseos, taurinos,
linfáticos, atebrínicos, fleumáticos,
e de todos os tamanhos, feitios e cores...

Os ratos são finos:
quando a água entra,
até fogem dos vapores...

Os ratos são muitos!
Os ratos são demais!
Mas não tantos, assim,
que a Madrugada não rompa!!!


António Cardoso

8 comentários:

  1. O sol acaba sempre por brilhar.

    Abraço.

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  2. samuel: ... por muitos e por muito ratos que sejam os ratos...
    Um abraço.

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  3. por tudo isso é que eu odeio ratos, todos os ratos!
    por não gostarem da Madrugada...

    beijocassssss
    vovó Maria

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  4. Por mais ratos que hajam, a luta continua!
    E nada como uns gatos para os fazer recuar...:))
    bjs,
    Sílvia

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  5. vovó maria: os ratos são... a peste...
    Um beijo.

    Silvia: sim, os gatos: nós...
    Um beijo.

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  6. Ana Camarra: é o que não falta por aí...
    Um beijo.

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  7. Excelente e actualíssimo este poema de António Cardoso.
    Detesto ratos e quem os pariu.
    Amo as Madrugadas...

    Um beijo grande

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