POEMA

FIDELIDADE


Creio no homem. Já vi
costas rasgadas a golpes de chicote,
almas cegas avançando aos arrancos
(Espanhas a cavalo
da dor e da fome). E acreditei.

Creio na paz. Já vi
altas estrelas, incendiadas regiões
amanhecendo, rios ardentes
e profundos, caudal humano
para outra luz: Vi e acreditei.

Creio em ti, pátria. Digo
o que vi: relâmpagos
de raiva, amor falado e uma faca
rangendo, fazendo-se em pedaços
de pão: se bem que haja hoje apenas trevas
eu vi e acreditei.


Blas de Otero

9 comentários:

  1. Acreditar e querer. Duas forças fundadoras...

    Abraço.

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  2. Também acredito que seremos capazes...

    Um beijo grande

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  3. Com este acreditar ninguém nos afasta desta forte Vontade de lutar!
    Lindo poema!

    GR

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  4. Que poema bem escolhido!

    Estava mesmo a precisar dele para mandar a uma camarada.

    obrigada!

    beijinhos

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  5. O único espelho no qual me encontro, os outros matam-me, chamam-me fantasma, mas, basta olhar com outros olhos o mesmo mundo no qual pereceremos, se nos atrevermos a vivê-lo.

    A revolução é hoje!

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  6. Outro júnior do Bloco de Esquerda gaba-se de muito ter contribuido para que se fabricasse o caso "vital moreira"

    http://jeunegarde.blogspot.com/2009/05/blog-post.html

    Notem como catraios que nunca cumpriram o servço militar se chamam de "jovem guarda"

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  7. Quando me falam em fé, costumo responder que sou uma mulher de convicções e esperança, também acredito.

    beijos

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  8. Poema magnífico!!!

    Acreditar, palavra intemporal

    Beijinhos e abraços vermelhos

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  9. samuel: decisivas!
    Um abraço.

    Maria: seremos, pois.
    Um beijo grande.

    GR: acreditar assim, é lutar.
    Um beijo.

    Sal: ainda bem que te agradou.
    Um beijo.

    CRN: a questão está nos olhos que «temos»...
    Um abraço.

    F: dá para pensar se eles não estavam metidos nisso desde... a véspera...
    Um abraço.

    Ana Camarra: crer no Homem...
    Um beijo.

    rapariga do tejo: confiança, esperança, querer...
    Um beijo amigo.

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