MEU CAMARADA E AMIGO
Revejo tudo e redigo
meu Camarada e Amigo.
Meu irmão suando pão
sem casa mas com razão.
Revejo tudo e redigo
meu Camarada e Amigo.
As canções que trago prenhas
de ternura pelos outros
saem das minhas entranhas
como um rebanho de potros.
Tudo vai roendo a erva
daninha que me entrelaça:
canção não pode ser serva
homem não pode ser caça
e a poesia tem de ser
como um cavalo que passa.
É por dentro desta selva
desta raiva deste grito
desta toada que vem
dos pulmões do infinito
que em todos vejo ninguém
revejo tudo e redigo:
meu Camarada e Amigo,
Sei bem as mós que moendo
pouco a pouco trituraram
os ossos que estão doendo
àqueles que não falaram.
Calculo até os moinhos
puxados a ódio e sal
que a par dos monstros marinhos
vão movendo Portugal
- mas um poeta só fala
por sofrimento total!
Por isso calo e sobejo
eu que só tenho o que fiz
dando tudo mas à toa:
Amigos no Alentejo
alguns que estão em Paris
muitos que são de Lisboa.
Aonde me não revejo
é que eu sofro o meu país.
José Carlos Ary dos Santos
Há que tempo não "ouvia" este!
ResponderEliminarObrigado!
Abraço
Agora é que não consigo dizer nada, mesmo...
ResponderEliminarUm beijo grande
grande Ary. Grande Partido!
ResponderEliminarLINDO!
ResponderEliminarAry Sempre!
GR
Gritemos bem alto... Belo momento, este que aqui nos trazes.
ResponderEliminarAbraço
Agarremos então no Ary e cantemos!
ResponderEliminarBoa memória do meu amigo pessoal
ResponderEliminare de Abril
SEMPRE
Credo!
ResponderEliminarEste bateu-me estou tão sofredora parece que foi escrito para mim, agora.
beijos