POEMA

O PROGRESSO DAS CIÊNCIAS


Conseguiram encerrar o vento,
retirar a pouco e pouco o ar
e - maravilha! - o povo
resiste ainda e vive.

A asfixia é lenta e os que morrem
parecem ir de morte natural.

Hoje porém os sábios consideram
enganosa essa fórmula que reduz
o paciente à condição de peixe triste.

Pois no repouso fictício a onda
aguarda o luar da maré cheia.

Nas manhãs da terra
as manchas de sangue ganham punhos;
a viva carne cobre o inesperado.


Egito Gonçalves

6 comentários:

  1. Como disse (acho) o Twain, as notícias da nossa morte foram um pouco exageradas!

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Está mal disposto?
    Vá aqui: http://portaria-59.blogspot.com/2009/03/o-melhor-pais-do-mundo.html

    ResponderEliminar
  3. É isso mesmo, a onda aguarda o luar da maré cheia.
    Que bela maneira de dizer luta!

    ResponderEliminar
  4. "e - maravilha! - o povo
    resiste ainda e vive."

    Caminhando, à espera DA maré cheia.
    Belíssimo!

    Um beijo grande

    ResponderEliminar
  5. samuel: e no entanto, eles vão repetindo e repetindo essas notícias que sabem ser exageradas...
    Um abraço.

    Portaria Ilegal: já lá fui, obrigado.

    Ana Camarra: e a luta é mais forte...
    Um beijo.

    Justine: ... de dizer: lutar sempre!
    Um beijo.

    Maria: a maré cheia há-de chegar...
    Um beijo grande.

    ResponderEliminar