NÃO SEI, MAS ACHO ESTRANHO.

José Sócrates está possuído por uma obsessão doentia que o faz ver «campanhas negras» em qualquer crítica às suas atitudes quer no plano governamental quer no plano pessoal.
Agora, descobriu que as centenas de milhares que vieram à rua exigir um novo rumo para Portugal, o fizeram com o objectivo exclusivo de o «insultar», chamando-lhe «mentiroso».
Ora, manda a verdade que se diga que «mentiroso» é o mínimo que se pode chamar a um primeiro-ministro que, prometendo tudo no decorrer da campanha eleitoral, mal começou a governar mandou às urtigas tudo o que prometeu e, em muitos casos, fez exactamente o oposto do que tinha prometido - pelo que, ver nisso um «insulto» significa que se está a preparar para repetir a dose nas próximas eleições...

Entretanto, os ataques oriundos dos círculos socreteiros às denominadas «campanhas negras» sucedem-se.
Agora, foi a vez de o inenarrável ministro Santos Silva voltar à carga: em entrevista há dias publicada no DN, a inimitável criatura repetiu os ataques que o Chefe havia feito ao Público e à TVI aquando do congresso do PS.
A resposta não se fez esperar. O Director do Público e Manuela Moura Guedes lembraram o óbvio: que, até agora, «nenhuma notícia sobre José Sócrates foi desmentida» - «não rebateu um único facto, mas apenas faz insinuações» - disse José Manuel Fernandes; e Manuela Moura Guedes desafiou: «se são só mentiras os factos que noticiámos, então desminta-os».

Realmente, até agora José Sócrates tem respondido aos factos apenas com queixas. Todas as acusações de que é alvo são, lamenta-se ele, parte integrante da tal sinistra «campanha negra» perpetrada por não menos sinistros inimigos.

É evidente que, assim sendo, ser-lhe-ia muito fácil, desmontar a dita «campanha negra», contrapondo-lhe a brancura imaculada da verdade, ou seja, demonstrando com factos concretos a sua razão em todos os casos até agora vindos a público - e vão seis, a saber:
1) «o caso da licenciatura manhosa»; 2) «o caso dos projectos, digamos assim, de arquitectura»; 3) «o caso Freeport»; 4) «o caso do preço de saldo do apartamento de luxo»; 5) «o caso da estação de tratamento de lixo da Cova da Beira»; e, mais recentemente, 6) «o caso da não declaração de rendimentos».
Ora, sendo assim tão fácil repor a verdade onde a mentira campeia, por que raio é que o primeiro-ministro não o faz?
Por mim, não sei, mas acho estranho.

E, mantendo José Sócrates a táctica até agora seguida, parece-me legítimo concluir que:
ou a recusa em desmentir os factos tem como objectivo alimentar uma campanha de vitimização susceptível de lhe dar votos nas próximas eleições - o que revelaria um profundo desrespeito pelos princípios democráticos;
ou essa recusa se prende, pura e simplesmente, com a impossibilidade de desmentir os factos - e neste caso estaríamos perante... uma verdadeira campanha negra contra a democracia.

Veremos o que o futuro nos dirá - se é que nos dirá alguma coisa...

6 comentários:

  1. Mas ele nunca responde, nunca faz sempre aquele filme "Ai que isto é uma cabala!"

    beijos

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  2. As duas hipóteses certamente que estão certas ora aqui ora ali...
    O futuro próximo, infelizmente, dirá que os eleitores valorizam pouco os factos, mas simpatizam com os "coitadinhos que são vítimas de campanhas negras".

    Abraço

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  3. Ele vai continuar a mentir, vai continuar a dizer que o insultam, e que isto é uma cabala negra. Até ao dia em que o povo acordar!

    Um beijo grande

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  4. e virão outros ... fazendo crescer ainda mais esta listas de casos escuros, para que a "coisa" fique cada vez mais preta...
    beijocassss

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  5. Eu já não tenho dúvidas de que o homem além de mentiroso é um grande vigarista. um dia se saberá sem campanhas "negras".

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  6. Ana Camarra: a representação dispensa-o de responder...
    Um beijo.

    samuel: ora aí está!
    Um abraço.

    Maria: ele só pode fazer isso; e o povo só... deve acordar...
    Um beijo grande.

    vovó: sim, quantos outros andarão por aí escondidos?...
    Um beijo.

    Antuã: as campanhas brancas esclarecerão tudo...
    um abraço.

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