NATUREZA-MORTA COM FRUTOS
1
O sangue matinal das framboesas
escolhe a brancura do linho para amar.
2
A manhã cheia de brilhos e doçura
debruça o rosto puro na maçã.
3
Na laranja o sol e a lua
dormem de mãos dadas.
4
Cada bago de uva sabe de cor
o nome dos dias todos do verão.
5
Nas romãs eu amo
o repouso no coração do lume.
Eugénio de Andrade
Com o Eugénio casava-me era só ter sido contemp+oranea em idades possiveis e que me dissesse uma vez por outra uma coisa dessas...
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ResponderEliminar"Cada bago de uva sabe de cor
ResponderEliminaro nome dos dias todos do verão."
Estas duas linhas tão "simples", são uma paixão antiga... e talvez a mais extraordinária explicação do vinho.
Abraço
O comentário da Ana camarra fez-me sorrir.
ResponderEliminarDe facto, Eugénio era de uma sensibilidade e ternura muito especiais.
Um beijo grande
Que poema saboroso e perfumado!
ResponderEliminarAna Camarra: contenta-te em lê-lo - que já não é pouco...
ResponderEliminarUm beijo.
samuel: essas duas linhas acompanham-me desde que as li pela primeira vez...
Um abraço.
Maria: muito, muito especiais...
Um beijo grande.
Justine: e não só...
Um beijo.