POEMA

NA VARANDA DE FLORBELA


Aqui cantaste nua.
Aqui bebeste a planície, a lua,
e ao vento deste os olhos a beber.
Aqui abandonaste as mãos
a tudo o que não chega a acontecer.

Aqui vieram bailar as estações
e com elas tu bailaste.
Aqui mordeste os seios por abrir,
fechaste o corpo à sede das searas
e no lume de ti própria te queimaste.


Eugénio de Andrade

7 comentários:

  1. Quanto mais leio Eugénio mais gosto dele...
    Este vou levá-lo direitinho para o cheiro, posso?

    Um beijo grande

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  2. Nada a fazer, a sua poesia deixa-me sempre emocionada.

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  3. Eugénio de Andrade

    sempre

    a começar pelas escolas

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  4. sempre a apreender...
    gostei.
    abraço de duartenovale

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  5. Fernando Samuel

    Um mpoeta a homenagear outro só pode dar uma coisa belissima.

    beijo

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  6. samuel: dois grandes!
    um abraço.

    Maria: isso nem se pergunta.
    Um beijo grande.

    Justine: Ele é... Ele.
    Um beijo.

    Mar arável: ou seja: sempre e em todo o lado...
    Um abraço.

    duarte: obrigado pela visita e pelo comentário.
    Abraço.

    Ana Camarra: uma coisa belíssima como é esta...
    um beijo.

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