POEMA

AFORISMO


Havia uma formiga
compartilhando comigo
o isolamento
e comendo juntos.

Estávamos iguais
com duas diferenças:
ela não era interrogada
e por descuido podiam pisá-la.

Mas aos dois intencionalmente
podiam pôr-nos de rasto
mas não podiam
ajoelhar-nos.


José Craveirinha
(Cela 1)

11 comentários:

  1. A resistência a falar sempre mais alto. 'Eles podem até tirar a minha vida, mas nunca a minha liberdade'
    Abraço

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  2. Outros existem apenas para viver ajoelhados, é uma questão de dignidade!
    Abraço

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  3. Até nos podem tirar a liberdade, mas a dignidade só se deixarmos...

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  4. O peso faz curvar
    a impotência perante o algoz
    faz revoltar
    a ansia de justiça
    liberta-nos
    de todo o peso!

    Beijo, amigo
    ausenda

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  5. Excelente este poema de José Craveirinha.
    "De pé, como deve ser quem é"

    Um beijo grande

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  6. Lindo, é com estes saberes que cada vez sinto mais orgulho naquilo que faço e no que defendo.

    Sempre de pé

    Um Abraço

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  7. Belíssimo aforismo! Grande Craveirinha!

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  8. Para todas e todos: vou continuar com o José Craveirinha durante mais uns dias.

    Beijos e abraços.

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