POEMA

LIVRE ARBÍTRIO


Dentro dum tosco barco
puseram-me a navegar
nas águas da absurdidade.

Sou livre de ser ou estar
- mas, estranha fatalidade -
ou vou no barco
ou charco...


Francisco Viana

5 comentários:

  1. É preciso mão firme no leme... e sobretudo ter os olhos nas estrelas.

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  2. Mais um dilema? Então cá vai...

    ENCRUZILHADA

    Oh, que tormento ter
    Versos na lonjura
    Da paixão, e o cérebro
    Todo manchado de tinta!

    Oh, que tormento não ter
    A fantástica camisa
    Do homem feliz: a pele
    - Alfombra do sol- curtida!

    (Em redor dos meus olhos
    Bandos de letras giram)

    Oh, que tormento o tormento
    Antigo da poesia,
    O tormento pegajoso
    Tão longe da água limpa!

    Tormento de lamentar-se
    Por sorver a veia lírica!
    Tormento de fonte cega
    E moinho sem farinha!

    Oh, que tormento não ter
    Tormentoe passar a vida
    Sobre as ervas incolores
    De uma vereda indecisa!

    Oh, o mais fundo tormento,
    O tormento da alegria.
    Relha que em nós abre sulcos
    Onde o pranto furtifica!

    ( Por um monte de papel
    Vem surgindo a lua fria:)
    Oh tormento da verdade!
    Oh tormento da mentira!

    Federico García Lorca

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  3. Um poema com barcos, vontades e liberdade, espectaculo!

    beijos

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  4. Num barco ou num charco
    tanto importa...
    navegar...
    navegar...
    livremente!

    beijo
    ausenda

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  5. samuel: se não... charco...
    Abraço.

    maria teresa: bonitos tormentos...
    Obrigado e um beijo amigo.

    ana camarra:..e nós...
    Um beijo.

    Ausenda: navegar, mas em barco nosso...
    Um beijo.

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