POEMA

AVÔ

O avô estava a olhar para longe
longe
para tão longe daqui

- Para onde estás a olhar, avô?

- Estou a olhar para ti.


Mário Castrim

8 comentários:

  1. Que saudades eu tenho deste Senhor!
    Comprava todas as semanas o "Tal e Qual" do qual, até nem gostava muito, para ler as suas críticas. Também nem sempre concordava com ele, mas "adorava" o seu poder de visão, a sua pronta resposta, a sua vasta cultura, a sua "teimosia"...

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  2. Com o perigo de ser "saneada" deste cantinho, vou arriscar.

    "NO MEIO DO CAMINHO
    No meio do caminho tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    tinha uma pedra
    no meio do caminho tinha uma pedra.

    Nunca me esquecerei desse acontecimento
    na vida das minhas retinas fatigadas.
    Nunca me esquecerei que no meio do caminho
    tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    no meio do caminho tinha uma pedra."

    Drummond

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  3. maria teresa: que saudades NÓS temos deste Senhor!

    Aqui não há «saneamentos» nem saneamentos... muito menos para quem entra pela porta larga e bela da Poesia, e nos traz Gedeão, Lorca e, até ver, Drummond...
    (este Drummond que é, como não poderia deixar de ser, presença certa no Cravo de Abril)

    Volte sempre - com mais poemas, se possível...

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  4. Nem todos têm a "arte" de olhar realmente para o futuro...

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  5. samuel: que não é pequena arte...
    Um abraço.

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  6. Que beleza de poema... o avô a olhar o futuro...

    Obrigada, saio daqui comovida, para não dizer com lágrimas que mal me deixam ver o teclado...

    Um beijo enorme

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  7. Quem é avô tem futuro. que as mercedes e as Anas continuem a luta do avô.

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  8. maria: um beijo grande para ti.

    antuã:... e tem netas com futuro...

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