POEMA

A MAIORIA DAS PESSOAS

A maioria das pessoas viaja na coberta dos navios
na terceira classe dos comboios
a pé pelas estradas
A maioria das pessoas

A maioria das pessoas começa a trabalhar aos oito anos
casa aos vinte
morre aos quarenta
A maioria das pessoas

Para todos há pão, salvo para a maioria das pessoas
arroz também
açúcar também
roupas também
livros também
há para todos, salvo para a maioria das pessoas

Não há sombra na terra para a maioria das pessoas
não há candeeiros nas ruas
não há vidros nas janelas

Mas a maioria das pessoas tem a esperança
Não se pode viver sem a esperança.

Nazim Hikmet
à(s)

5 comentários:

  1. Maria8 de julho de 2008 às 04:33

    Belíssimo este poema.
    Que bom lê-lo e senti-lo, aqui já neste lado...

    Um beijo, Fernando Samuel

    ResponderEliminar
  2. Justine8 de julho de 2008 às 12:05

    A maioria das pessoas tem a força!
    Ah, se a maioria das pessoas descobrisse a força que tem...

    ResponderEliminar
  3. samuel8 de julho de 2008 às 13:12

    As estatísticas dizem que a maioria das pessoas têm 2,4, ou 1,2, ou mesmo mais, de muitas coisas que a maiorias das pessoas não têm.
    Por isso é que eu, mesmo em minoria, odeio estatísticas!

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Anónimo8 de julho de 2008 às 14:36

    Esta verdade, só por um triz que não era absoluta!
    A poesia, é como um segredo desvendado!

    ResponderEliminar
  5. Fernando Samuel8 de julho de 2008 às 19:10

    maria: que bom teres voltado!
    Beijo grande.

    justine: quando a maioria das pessoas descobrir isso... é o futuro...
    Um beijo amigo.

    samuel: com as estatísticas, quem se lixa é o mexilhão...
    abraço amigo.

    josé manangão: bonita definição de poesia...
    Abraço amigo.

    ResponderEliminar