POEMA

VIAGEM ATRAVÉS
DE UMA LÁGRIMA


Nós, comunistas,
não habitamos
o deserto
nunca.

Há sempre
alguma coisa
alguém
uma palavra
uma canção
um nome
que de repente
se transforma
em lágrima.

A lágrima
ao sol
é um pequeno punho
de cristal.

Mário Castrim
(«Viagens» - edição da célula do PCP da Renascença Gráfica/Diário de Lisboa, para a Festa do Avante/77)

4 comentários:

  1. Quantos punhos de cristal já saíram dos meus olhos....
    Mais um poema que vou levar.

    Beijo.

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  2. E as vezes é tão difícil racionalizar... E digo isto porque o tenho discutido com alguns camaradas, naquelas conversas que nos fazem crescer enquanto militantes mas sobretudo enquanto Homens! É difícil saber se racionalizar este sentimento que só acontece porque acreditamos.

    Porque somos insubstituíveis!

    Abraço
    Maça de Junho

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  3. maria: quantos punhos de cristal já saíram dos NOSSOS olhos!, quantos desertos já vencemos!, quantos desertos venceremos!
    Beijo.

    maçã de junho: aquelas conversas que nos fazem crescer enquanto militantes e enquanto homens são, também elas, os punhos de cristal que nos tornam insubstituíveis.
    Abraço.

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  4. As vezes dá-me vontade de parar!
    Mas há “cá dentro” uma coisa que é tão forte.
    A canção de ontem, as palavras de hoje e o futuro para os Jovens de amanhã!
    A lágrima é a seiva que me/nos faz lutar!

    Mário Castrim que bem me fez ler-te!

    GR

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